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Os Três Porquinhos
Minhas primeiras memórias escolares estão relacionadas à contação de estorinhas. Lembro-me de sentar-mos no carpete, rodeando a cadeira da professora, esperando ansiosamente o que viria a seguir. Adorávamos a interpretação que ela dava às falas e aos acontecimentos... fazia nossa imaginação viajar. Nunca vou me esquecer de como ela bufava ao interpretar o Lobo Mau dos Três Porquinhos, me dava um medo! -
O Casamento na Roça
Lembro-me muito das festas que festejavam nosso folclore, ir a carater para escola era sempre muito divertido. Minha mãe se esmerava em nossa caracterização e nós realmente incorporávamos o espírito dos festejos. Mas a mais marcante de todas foi a encenação do Casamento na Roça. Eu tinha apenas 4 anos, era muito tímida e fui sorteada para encarnar o papel da "Sogra do noivo". Naquela época eu não sabia o real significado desta palavra, mas sabia que não era uma pessoa querida no enredo... -
Branca de Neve e os 7 Anões
Lembro da primeira vez que assisti um "cineminha"na escola. As imagens vinham de um projetor de slides e o som vinha de um toca-discos. O filme não poderia ser mais encantador para uma menina de 5 anos: Branca de Neve! Toda aquela "modernidade", mais a deliciosa pipoca que passava em uma bacia de mão em mão. Nunca me esquecerei. Foi incrível! -
Pintura com Simetria
Minha atividade preferida na hora da expressão criadora era a pintura com tinta cola. Especialmente quando pintávamos em uma metade da folha, depois dobrávamos e a outra por cima e "tchã-nã", ao abrir novamente o desenho estava espelhado na outra metade da folha, numa simetria perfeita e incrível! -
O Pátio e a Goiabeira
Acho que para a maioria das crianças, o pátio da escola é um lugar marcante, palco para várias aventuras. Comigo foi assim. Minha escolhinha ficava perto de casa, instalada num velho sobrado com um grande pátio. No pátio havia uma linda goiabeira, melhor do que o balanço, o escorrega, a casinha ou a caixa de areia. Era meu lugar favorito em toda a escola. Quando chovia, olhávamos da janela a chuva caindo sobre ela e parecia que estava chorando de saudades de nós. -
A escrita do meu nome
Lembro quando começamos a desenhar as letras iniciais dos nossos nomes. Era incrível começar a decodificar aqueles símbolos que nos rodeavam. Me chamo Maria Eduarda, então o desafio era grande, mas não maior que minha vontade de vencê-lo. Fazíamos diversas atividades com nossas letras, desenhos, colagens, recortes, jogos... e a cada dia aquele universo que parecia indecifrável começava a fazer sentido. -
O teste para primeira série
Quando meus pais escolheram a colégio que eu estudaria, fui surpreendida com a necessidade de realizar um teste de cognição pré-ingresso. Não bastavam todas as incertezas de trocar aquela escola pequena e aconchegante por um colégio grande de paredes azulejadas, deixar meus amigos para fazer novos, ainda havia o tal teste. Numa sala, com uma orientadora educacional, perguntas e desenhos... foi um sufoco, mas eu consegui! -
Primeiro dia de colégio
Meu primeiro dia no colégio foi marcado por um turbilhão de emoções. Ora eu sentia medo, ora euforia, ora timidez, ora coragem... Lugar novo, pessoas novas, muitas expectativas. Foi um alívio conhecer minha professora, sua voz doce e seu jeito maternal. Ela marcou minha vida de uma maneira muito especial. Sua experiência e vocação foram determinantes para que aquele ano tenha sido tão construtivo.
Construímos laços de amizade e confiança, fundamentais para um ambiente escolar saudável. -
Os ditados
Meu processo de alfabetização aconteceu em meados da década de 80. Os métodos de relação e memorização de fonemas e grafemas eram muito comuns na época. Por isso tenho lembrança de realizar diariamente exercícios de ditado. "Vovô viu a vovó." "Ivo vê a Eva". "Caio caiu" Assim por diante... aprendíamos com base na repetição constante. -
A Tabuada
Até hoje lembro de como "decorávamos" a tabuada dos números de 0 a 10. A cada semana era trabalhada uma sequência e toda sexta-feira tinhamos um teste ditado. A professora escolhia duas ou três equações e ditava, para que copiássemos e déssemos o resultado. Era uma chatice... antes do aprendermos a lógica da operação, decorávamos uma série de sentenças. -
Semana Farroupilha
No colégio onde estudei, a Semana Farroupilha tinha uma enorme repercusão na rotina escolar. Íamos todos os dias pilchados para a escola, tomávamos chimarrão, comíamos pinhão e churrasco. No sábado a escola ficava aberta à comunidade e todas as turmas preparavam uma exposição a respeito do tema. Lembro que neste (1986) ano o pai de uma colega trouxe uma casa de joão-de-barro para conhecermos. ela estava colada num vidro, então podíamos ver como era o ninho dentro. -
Aula de Informática
No colégio que estudei havia um laboratório de informática e tinhamos a oportunidade de ter aulas semanais nos computadores. Na época, as máquinas eram antigos desktops que rodavam apenas o ambiente D.O.S., mas ninguém tinha computador em casa, no máximo uma máquina de escrever elétrica. Era uma oportunidade incrível de ter contato com a modernidade. Para as crianças de hoje, não passariam de peças de museu. -
Caneta Tinteiro
Só quem usou conhece o ritual que envolve a escrita com a caneta tinteiro. No colégio que estudei tinhamos aula de caligrafia com caneta tinteiro, mata-borrão e toda aquela "parafernalha" que envolvia seu manuseio... Vivi um verdadeiro paradoxo geracional, entre computadores e canetas tinteiro. Contudo, não podemos negar que realmente a escrita ficava caprichada! -
O Farroupito
Este era o nome de um projeto de teatro que estava incluído no programa pedagógico da quarta série do primeiro grau na minha escola. Elaborar o Farroupito envolvia a certeza de estar crescendo e completando uma década de vida. Era um acontecimento marcante. Assuntos eram sorteados e deveríamos elaborar uma peça de teatro a respeito com 15 minutos de duração. Meu grupo era só de meninas e naquele ano estudávamos estilos de dança, ficamos com o Cancan francês. Foi muito divertido!