MUSICA E SEU ENSINO NO BRASIL COLONIAL ATÉ A PRIMEIRA METADE DO SÉC XX
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1549
Instalação do Governo Geral e da chegada dos primeiros jesuítas
Início de uma atividade musical de feições europeia remonta , ano de fundação de Salvador (BA), da Instalação do Governo Geral e da chegada dos primeiros jesuítas. Estes introduziram, entre os catecúmenos indígenas, o cantochão e as cantigas, em português, latim e tupi, com a finalidade de auxiliarem à catequese. -
1580
Começaram a proliferar as “capelas” particulares
Começaram a proliferar as “capelas” particulares, Grupos de músicos, provavelmente indígenas, que aprenderam a arte com os jesuítas e que passaram ao serviço de senhores de engenho, garantindo a música religiosa nas áreas rurais. Nos núcleos urbanos, tornou-se frequente, por todo o século XVII. -
As primeiras sistematizações de ensino
Foi no século XVIII que apareceram os primeiros métodos educacionais e as primeiras tentativas de incorporar o ensino da música na educação. Embora vários teóricos já tivessem se ocupado da questão pedagógica, Jean-Jacques Rousseau, grande inspirador da psicologia moderna, foi o primeiro pensador da educação a apresentar um esquema pedagógico especialmente voltado para a educação musical. -
A prática de música nas festas religiosas
A prática de música nas festas religiosas importantes e em cerimônias fúnebres, custeadas pelas câmaras municipais ou por cidadãos de maior poder econômico, mas nunca por cortes abastadas como na Europa, que por aqui não existiram até a chegada da família real portuguesa. Nas igrejas urbanas, o cantochão com o acompanhamento do órgão passou a conviver, na segunda metade do século XVII, com a polifonia romana, trazida de Portugal ou composta no Brasil. -
Musica nas Igrejas
Com a vinda de D. João VI, a música recebeu especial tratamento, principalmente quando da reorganização da Capela Real pelo padre José Maurício Nunes Garcia, que lhe deu grande fulgor, mandando vir de Lisboa o organista José do Rosário. A música, porém, não podia se limitar às igrejas e, em 1813, se iniciou a edificação do 147 Revista Opus 12 - 2006 Teatro São João, uma vez que o velho Teatro de Manuel Luiz não era mais “digno” da corte portuguesa. -
Lei de 15 de outubro
A lei de 15 de outubro tornou obrigatória a instalação de escolas em todas as vilas e povoações do país. O que era obrigatório ao governo - embora não tenha cumprido -, não o era para o povo. A população continuou iletrada tal como antes. Ademais, o termo "escola" era aplicado à cadeira disciplinar: Primeiras letras, latim, filosofia, etc., e não precisamente a uma sala de aula ou a um prédio escolar. -
Regulamento do ensino de música
Em 1854 instituiu-se oficialmente o ensino da música nas escolas públicas brasileiras, o qual deveria abranger dois níveis: “noções de música” e “exercícios de canto”, porém nada, além disso, foi explicado no texto da lei vigente.Um decreto federal regulamentou o ensino de música no país e passou a orientar as atividades docentes, enquanto que, no ano seguinte, um outro decreto fez exigência de concurso público para a contratação de professores de música. -
Alguns educadores de musica
Os educadores João Gomes Junior e Carlos Alberto Gomes Cardim iniciaram em São Paulo o trabalho de organizar a disciplina Música – já existente nas escolas públicas – na modalidade de canto coral. Paralelamente, a migração da família do músico espanhol Lázaro Lozano para Piracicaba, proporcionou o início do movimento orfeônico, o qual teve origem na Prússia, em 1831, e que ganhou impulso também na Inglaterra, Espanha e nos Estados Unidos ao longo da segunda metade do século XIX -
Canto coral
Os educadores João Gomes Junior e Carlos Alberto Gomes Cardim iniciaram em São Paulo o trabalho de organizar a disciplina Música – já existente nas escolas públicas – na modalidade de canto coral. Paralelamente, a migração da família do músico espanhol Lázaro Lozano para Piracicaba, proporcionou o início do movimento orfeônico, o qual teve origem na Prússia, em 1831, e que ganhou impulso também na Inglaterra, Espanha e nos Estados Unidos ao longo da segunda metade do século XIX -
Novos ideais na educação
Transformações e novos ideais na educação brasileira. No cerne das realizações previamente relatadas, está implicitamente colocado o que foi denominado de entusiasmo pela educação (primeiro momento significativo da primeira república, como comenta Nagle, 1968), um movimento com ideais, planos e soluções, 149 Revista Opus 12 - 2006 oferecidos ao momento histórico nacional a partir de 1915. Conforme aborda Nagle (1968, p. 262). -
Mudanças na educação musical
A partir da década de 1920, diversas transformações nos modelos e nas legislações relativas ao ensino de música ocorreram. Um fato relevante para a educação musical sucedeu-se no ano de 1923, quando as escolas públicas paulistas passaram a utilizar o método “tonic-solfa” como modelo de musicalização. Outro grande avanço foi a musicalização para crianças, a partir de sua instituição através de uma lei federal de 1928, a qual criou os jardins de infância com orientação especializada. -
SEMA
Um dos momentos mais ricos da educação musical no Brasil foi o período que compreendeu as décadas, quando se implantou o ensino de música nas escolas em âmbito nacional, com a criação da Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA) por Villa-Lobos, a qual objetivava a realização da orientação, do planejamento e do desenvolvimento do estudo da música nas escolas, em todos os níveis. A perspectiva pedagógica da SEMA foi instaurada de acordo com os princípios. -
Canto orfeônico
Surgiu oficialmente a disciplina “Canto Orfeônico” nas escolas públicas do Rio de Janeiro. Villa-Lobos assumiu, neste mesmo ano, a direção da Superintendência da Educação Musical e Artística (Sema), criada para a formação de professores de Canto Orfeônico. As décadas de 30 e 40 foram o período de maior desenvolvimento dessa prática no Brasil. -
CNCO
Com a evolução do ensino de canto orfeônico em todo o território nacional, foi criado o Conservatório Brasileiro de Canto Orfeônico (CNCO), com a finalidade de formar professores capacitados a ministrar tal matéria, constituindo-se numa notável realização a favor do ensino da música. A docência de canto orfeônico, a partir de 1945, passou a ser possível somente com o credenciamento fornecido pelo CNCO ou por outra instituição equivalente -
Métodos ativos
A partir desse ano até os anos 60 os educadores musicais Liddy C. Mignone, Sá Pereira, Gazy de Sá, Maria de Lourdes Junqueira Gonçalves, Cacilda Borges Barbosa, Carmen Maria M. Rocha, entre outros, introduziram os “métodos ativos” de educação musical em escolas especializadas no ensino de música, principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.