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Nasce em Cuiabá (MT), à beira do rio homônimo, na região do Beco da Marinha.
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Aos 2 meses de idade, Manoel muda-se com sua família para Corumbá (MS), na região de Nhecolândia. Lá foi onde cresceu e onde estabeleceu uma forte conexão com o Pantanal. É a esse período de sua vida que ele recorre com frequência em sua obra: "Até os oito anos, eu fui criado no chão, da forma mais primitiva, na beira da cerca de acampamento, com aquelas coisinhas do chão, aqueles bichinhos. Isso ficou em mim. Essa coisa de lagartixa, de formiga, de lagarto, caracol - me parece que veio disso."
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Nesse período, Manoel começa a ser alfabetizado por sua tia, Rosa Pompeo dos Campos.
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Aos oito anos de idade, Manoel ingressa no colégio interno Pestalozzi, em Campo Grande (MS).
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Manoel vai estudar no Instituto Lafayette e depois no Colégio São José, ambos no Rio de Janeiro, para fazer os estudos ginasiais e secundários em regime de internato. Lê os clássicos das literaturas portuguesa e francesa, e descobre sua paixão e vocação para a poesia nos Sermões do padre Antônio Vieira.
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Manoel é aprovado na Faculdade de Direito de Niterói. Nesse mesmo período, influenciado por Camões, escreve cerca de cento e cinquenta sonetos. Entra em contato com a obra de autores modernistas como Raul Bopp, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
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Pela influência de Apolônio de Carvalho, Manoel filia-se ao Partido Comunista através da Juventude Comunista. Participa de atividades clandestinas e tem o manuscrito de seu primeiro livro, "Nossa Senhora da Minha Escuridão", apreendido pela polícia de Getúlio Vargas.
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Manoel publica seu primeiro livro, "Poemas concebidos sem pecado" em 1937. A tiragem inicial, de 21 cópias, foi produzida por ele e por seus amigos no Rio de Janeiro.
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Nesse período, Manoel vai ao Mato Grasso resolver questões familiares, e recusa a direção de um cartório oferecida pelo pai.
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Manoel passa a atuar como advogado junto ao Sindicato dos Pescadores. "Precisava ganhar a vida, não tinha muito tempo para a literatura. Tinha de usar, de alguma forma, meu diploma de advogado. Arranjei então um emprego no Sindicado dos Peixeiros (...). Nada de espetacular. Fiquei nisso uns bons três anos da minha vida". Além disso, trabalhou também em um escritório. Todos serviços que Manoel considerava "subalternos", pois não se julgava capaz de enfrentar audiências por seu excesso de timidez.
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Durante três anos, Manoel viaja pela Bolívia e Peru, lugares onde o poeta afirma ter visto a miséria de perto: "Alguns anos da minha vida ambulei por lugares decadentes. Havia um certo fascínio em mim por cidades mortas, casas abandonadas, vestígios de civilizações." Perguntado sobre o que fazia nas viagens, Manoel diz: "Não fazia nada. Eu simplesmente existia."
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Manoel se revolta com o apoio do líder Luiz Carlos Prestes ao presidente Getúlio Vargas e decide romper com a Juventude Comunista: "Quando escutei o discurso [de Prestes] apoiando Getúlio - o mesmo Getúlio que havia entregue sua mulher, Olga Benário, aos nazistas - não aguentei. Sentei na calçada e chorei. Sai andando sem rumo, desconsolado. Rompi definitivamente com o Partido e fui para o Pantanal."
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Durante um ano, Manoel vive em Nova York, onde faz diversos cursos sobre cinema e pintura no Museu de Arte Moderna (MoMA). Começa a admirar e a se inspirar em artistas como Picasso, Chagall, Miró, Van Gogh, Braque, Klee e Matisse. Além disso, Manoel frequenta assiduamente cinematecas. Admirava os "poetas da imagem", como Truffaut, Fellini, Antonioni e, principalmente, Buñuel e Chaplin. Manoel apreciava muito Charlie Chaplin, por sua despreocupação com a linearidade e por "redimir os vagabundos".
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De volta ao Rio de Janeiro, conhece Stella dos Santos Cruz no balcão do escritório de advocacia onde estagiava. Lá, Manoel fazia fichas, e ela deu o nome completo, telefone e endereço. No mesmo dia, Manoel ligou para Stella: "Foi um impulso irresistível. Existe amor à primeira vista. Ou melhor, intuição à primeira vista. Eu tive a intuição de que aquela era a mulher para mim." Casam-se três meses depois.
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Nascimento de Pedro Costa Cruz Leite de Barros.
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Falece seu pai, João Wenceslau Leite de Barros.
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Nascimento de Martha Costa Cruz Leite de Barros.
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Nascimento de João Wenceslau Leite de Barros.
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Manoel herda uma fazenda no Pantanal mato-grossense. A conselho da esposa, decide retornar com a família para o Mato Grosso para administrar a propriedade e desenvolver a atividade de pecuarista.
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Manoel publica "Compêndio para uso dos pássaros", com desenhos de João, seu filho, então com cinco anos, na capa e na contracapa. O livro conquista o Prêmio Orlando Dantas, do Diário de Notícias, Rio de Janeiro.
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Manoel publica "Gramática expositiva no chão", obra que conquista o Prêmio Nacional da Poesia em Brasília e o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal. O poema "Protocolo vegetal" faz parte desse livro, e descreve a situação de um homem encarcerado. Possivelmente é uma referência aos tempos da militância de Manoel, pois há uma citação sobre "o livro maldito", provável referência ao Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels.
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Nesse momento, a obra de Manoel passa a ser lida e comentada por importantes escritores e críticos literários como Millôr Fernandes, Fausto Wolff, Antônio Houssais, João Antônio e Ismael Cardim.
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Essa obra possui uma ilustração de capa de Millôr Fernandes e foi premiada pela Associação Paulista de Críticos da Arte (APCA).
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Falecimento sua mãe, Alice Pompeo Leite de Barros.
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Essa edição possui prefácio de Berta Waldman, ilustrações de Poty e inclui todos os livros de poesia de Manoel publicados até o então. Recebe diversos prêmios: Prêmio Jabuti na categoria Poesia, por "O guardador de águas"; Grande Prêmio APCA de Literatura; e Prêmio Jacaré de Prata, da Secretaria de Cultura do Mato Grosso do Sul, como melhor escritor do ano.
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A obra possui capa e vinhetas de Siron Franco.
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Essa obra é publicada em duas edições: uma edição comercial e outra de trezentos exemplares, numerados e assinados pelo autor, para a Sociedade de Bibliófilos do Brasil. Em 1996, o livro recebe o Prêmio Alphonsus de Guimaraens, da Biblioteca Nacional, e é publicado na revista alemã Alkzent, sob o título "Das Buch der Unwissenheiten", traduzido por Kurt Meyer-Clason. A obra é relançada no Brasil em 2003, com ilustrações de Cícero Dias e capa de Martha Barros.
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Com capa e ilustrações de Wega Nery. O livro recebeu o Prêmio Nestlê de Literatura em 1997.
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Com capa e ilustrações de Millôr Fernandes. A obra recebe o Prêmio Nacional de Literatura, do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra.
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O livro infantil é ilustrado com bordados de Antônia Zulma Diniz, Ângela, Marilu, Martha e Sávia Dumont sobre desenhos de Demóstenes Vargas. A obra recebeu o Prêmio ABL de Literatura Infantil e o Prêmio Odylo Costa Filho, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), ambos em 2000.
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Livro infantil com ilustrações de Ziraldo. A obra recebe, em 2002, o Prêmio Jabuti na categoria Livro de Ficção do Ano.
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Livro infantil com ilustrações de Martha Barros. A obra recebe o Prêmio Odylo Costa Filho, da FNLIJ.
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A obra recebe o Prêmio APCA de Literatura, na categoria Poesia (em 2005) e o Prêmio Nestlé da Literatura (em 2006).
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Com ilustrações de Martha Barros.
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Com ilustrações de Martha Barros.
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A coletânea é lançada sob o título "Compêndio para uso dos pássaros - Poesia reunida, 1937-2004". Esse conjunto recebe o Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen, atribuído pela Câmara Municipal de São João da Madeira e pela Associação Portuguesa de Escrita (APE), em 2009.
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João Wenceslau Leite de Barros morreu, aos 50 anos, num acidente com um avião monomotor que pilotava, em uma fazenda de Rio Verde. Ele morreu a caminho de um hospital em Campo Grande.
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Com ilustrações de Martha Barros. A obra conquista o Prêmio APCA de Literatura, na categoria Memória.
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Obra lançada no Brasil e em Portugal. O livro recebe, em 2012, o Prêmio ABL de Poesia.
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A obra recebe, em 2012, o Prémio de Literatura Casa da América Latina/Banif de Criação Literária, em Lisboa.
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O poema foi publicado numa nova edição de "Poesia completa", lançado pela Editora Leya em 2013.
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Seu filho mais velho, Pedro Costa Cruz Leite de Barros, morre aos 65 anos. Ele tentava se recuperar de seu terceiro AVC.
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Manoel de Barros morre no dia 13 de novembro de 2014, em Campo Grande (MS). O poeta teve falência de múltiplos órgãos depois de ficar internado por duas semanas, período em que também realizou cirurgias para desobstrução intestinal.