Análise da atuação política do movimento negro organizado no período da república, sob a perspectiva da TBP
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Processo de Institucionalização das ações coletivas
Durante esse período - pós-abolição da escravatura - eclodiram diversas organizações que tinham como principal repertório de atuação diferentes formas de protestos.
Clube 13 de Maio dos Homens Pretos; Centro Literário dos Homens de Cor; Sociedade Propugnadora 13 de Maio; Centro Cultural Henrique Dias; Sociedade União Cívica dos Homens de Cor; Associação Protetora dos Brasileiros Pretos; Centro da Federação dos Homens de Cor; Sociedade Progresso da Raça Africana; Centro Cívico Cruz e Souza. -
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Recrudescimento da imprensa negra alternativa
Jornais alternativos são vistos como o principal veículo de expressão do repertório racial no período. Formados por negros, eles enfocavam as mais diversas demandas que afetavam a população negra à época, no âmbito no trabalho, da habitação, da saúde.
Raça (1935); União (1918); A Pátria (1889); Menelick (1915); Clarim da Alvorada (1924) -
Fundação da Frente Negra Brasileira (FNB)
A organização, junto com o Centro Cívico Palmares, foram as primeiras organizações negras com reivindicações políticas mais deliberadas. É tida como resultado de uma rede de relações e articulações entre as iniciativas predecessoras. Este processo de mobilização foi criando espaços para atuação política.
Em meio a um contexto macro nazifascista, a dinâmica interna da FNB adotava uma postura autoritária e ultranacionalista. Em 1936 a organização se torna partido político. -
Relação Ação Coletiva-Estado
A FNB é recebida em audiência pública pelo Presidente da República à época, Getúlio Vargas, tendo algumas de suas reivindicações atendidas atendidas: como o fim da proibição do ingresso de negros na guarda civil em SP. -
Constrangimento na conjuntura política
Com a instauração do "Estado Novo", a Frente Negra Brasileira foi extinta, consequentemente, o movimento foi esvaziado. Ao mesmo tempo, permaneceu o culto à "Mãe-Preta". Ou seja, pode-se observar uma prática de resistência cultural. -
Estrutura de oportunidades políticas na Segunda República
Com a quadra da Ditadura de Vargas, ressurgiu, na cena política do país, o Movimento Negro Organizado, ampliando seu raio de ação.
O contexto que abrangia as reivindicações dos negros era de discriminação racial, preconceitos e os estereótipos e, também, de marginalização da população negra. -
Disputa Política
A partir, principalmente, desse ano, houve um isolamento do político do movimento negro. Tal isolamento caracterizou uma disputa política existente.
A apropriação dos recursos políticos ficou fragilizada à medida em que caracterizaram as reivindicações dos negros como uma tentativa de dividir a luta dos trabalhadores e implantar a revolução socialista no país. -
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Período de Isolamento Político das Organizações do Movimento Negro
Nesse período, houve a proeminência de iniciativas fragmentadas, que não tinham sentido político. -
Relação Ação Coletiva-Estado
Ano em que os representantes da União dos Homens de Cor foram recebidos em audiência pelo então Presidente Getúlio Vargas, ocasião na qual foram apresentadas uma série de reivindicações a favor da população negra.
No RJ, os dirigentes na entidade tornaram-se figuras prominentes na política formal. -
Constrangimento às organizações de negros
Com a implantação da ditadura militar, os movimentos sociais no Brasil foram abatidos, incluindo a União dos Homens de Cor. -
Movimento Negro Unificado e Ressignificação do Repertório de Atuação
Luta anti-racista tinha que ser combinada com a luta revolucionária anticapitalista.
Novos repertórios de atuação começaram a ser incorporados, como os "Centros de Luta", a fim de levar a cabo as reivindicações negras nos bairros, vilas, prisões e terreiros de candomblé.
Processo de institucionalização era um dos focos.
"organização nos sindicatos e partidos políticos" -
Coordenação e Unificação das lutas
A criação do Movimento Negro Unificado teve a proposta de unificar a luta de todas as organizações anti-racistas em escala nacional.
A coordenação entre diversos grupos é vista como crucial para produzir um ator coletivo, segundo a TBP. Também, nesse período, é possível notar o fortalecimento de rede de articulação entre diversos grupos. -
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Adquirição de controle coletivo sobre os recursos necessários para a ação dos movimentos, por meio das oportunidades que o período de redemocratização trouxe
Intervenções das organizações: (i) revisão dos conteúdos
preconceituosos dos livros didáticos; (ii) capacitação de professores para desenvolver uma pedagogia interétnica; (iii) reavaliação do papel do negro na história do Brasil; (iv) inclusão do ensino da história da África nos currículos escolares; (v) emergência de uma literatura "negra" em detrimento à literatura de base eurocêntrica. -
Resgate a aspectos do paradigma clássico (reivindicações e protestos)
Na ocasião, o Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial (MUCDR) organizou um ato público de repúdio à discriminação racial sofrida por 4 jovens no Clube de Regatas Tietê e em protesto à morte de Robson Silveira da Luz, trabalhador e pai de família negro, torturado até a morte no Distrito de Guainases. Apoio de organizações: Escola Samba Quilombo; Renascença Clube; Núcleo Negro Socialista; Centro de Estudos Brasil-África (CEBA) e o IPCN.