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A história do ensino de LE no Brasil tem início no período colonial,
tendo como disciplinas dominantes o grego e o latim. A preocupação com a promoção da educação nessa época era com o propósito de facilitar o processo de dominação e expansão do catolicismo. Em 1759, o Marquês de Pombal instituiu o sistema de ensino régio no Brasil, que atribuía ao Estado a responsabilidade da contratação de professores não religiosos. -
O príncipe D. João VI assina um decreto instituindo o ensino de inglês e francês, objetivando melhorias na instrução pública para atender às demandas da abertura dos portos ao comércio.
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No ano de 1837, fundou-se o Colégio Pedro II de primeiro nível secundário, inspirada nos moldes franceses, constavam sete anos de francês, cinco de inglês e três de alemão.
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Do sec. XIX ao início do sec. XX, houve a criação das colônias imigrantes no Brasil (italianas, alemãs, japonesas, entre outras). Algumas tentaram a preservação de sua cultura organizando escolas para seus filhos, pois o Estado brasileiro não ofertava escolarização para todas as crianças e assim inúmeras escola bilíngues foram construídas no sul do país a fim de ensinar a cultura dos ascendentes e ensinar a língua portuguesa (que era a língua estrangeira para os imigrantes).
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Em meados de 1910, o nacionalismo passou a ter forte influência. Buscavam‐se novos padrões culturais, voltando‐se também para o campo educacional na tentativa de solidificação dos ideais nacionalistas nas futuras gerações.
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O governo federal decide fechar as escolas estrangeiras ou de
imigrantes criando, no ano seguinte, escolas primárias custeadas pelo Estado. -
No ano de 1930, ao assumir o governo brasileiro, o presidente Getúlio Vargas cria o Ministério de Educação e Cultura e as secretarias de Educação nos Estados.
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Ocorreram novas reformas no sistema de ensino brasileiro.
A primeira delas foi a de Francisco de Campos. Com a reforma ficaram sob responsabilidade da escola secundária a formação e
preparação para o ensino superior.
O professor Carneiro Leão, introduz o "método direto" no Colégio Pedro II.O nome "direto" está relacionado à razão de o método induzir o aprendiz ao acesso direto dos sentidos, sem intervenção da tradução, dessa forma, fazendo‐o raciocinar na LE. -
Reforma de Capanema, foi atribuído ao ensino um caráter patriótico por excelência e atrelando a todos os conteúdos a visão de nacionalismo. As decisões educacionais passaram a se concentrar no Ministério da Educação e Cultura (MEC), que decidia o idioma, a metodologia e o programa curricular das disciplinas nos estabelecimentos de ensino.
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-O espanhol representava para o governo um modelo de patriotismo e respeito de seu povo a suas tradições e a sua história, a serem seguidos pelos estudantes. Dessa forma, houve maior incentivo ao ensino dessa língua do que ao ensino do alemão, japonês e italiano.
-O inglês teve seu espaço privilegiado nos currículos por ser o idioma mais usado nas transações comerciais.
-O francês ainda era mantido por sua tradição curricular. -
A partir de 1950 mudanças significativas ocorreram no ensino de línguas devido ao desenvolvimento da linguística como ciência e ao crescente interesse pelo aprendizado de línguas. A partir da visão estruturalista da época, sistematizaram os Métodos Audiovisual e Áudio‐oral, surgidos nos Estados Unidos com a Segunda Guerra Mundial, pois era preciso formar rapidamente falantes de outras línguas.
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Em face às exigências do mercado, o ensino de humanidades foi sendo substituído por um currículo mais técnico, ocorrendo reduções na carga horária de LE.
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No ano de 1961, é criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 4.024 (LDB) ficando determinado através dela a não obrigatoriedade do ensino de LE no colegial e a instituição do ensino profissionalizante, compulsório, substituindo os cursos clássico e científico. O latim foi praticamente retirado do currículo, o francês teve sua carga semanal reduzida e o inglês passou a ser mais valorizado devido à demanda do mercado de trabalho.
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Após a tomada do governo brasileiro pelos militares, é promulgada uma nova lei, a LDB 5.692/71. O ensino passa a ser reduzido de 12 para 11 anos. A legislação desobriga a inclusão de LE nos currículos de 1os e 2os graus. O ensino de LE passa a ser um instrumento das classes favorecidas, já que a grande maioria não tinha acesso a
esse conhecimento. -
No dia 20 de dezembro de 1996, 25 anos após a primeira LDB instituída, é promulgada a LDB n. 9.394. Agora a nomenclatura 1.o e 2.o graus passa a ser Ensino Fundamental e Médio, respectivamente. É instituído, a partir da 5a série, o ensino de pelo
menos uma LE, cuja escolha fica a cargo da comunidade escolar dentro das possibilidades da instituição. -
MEC e as Secretárias de Educação (SEED) ficam responsáveis tanto pela ampliação de ofertas de cursos superiores para a formação de profissionais nessa área, como pela capacitação de profissionais, já no exercício de sua profissão com cursos de formação continuada. Fica sob responsabilidade desses órgãos também a produção de materiais didáticos da disciplina.
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No dia 05 de agosto de 2005, é promulgada a Lei n ° 11.161, dispondo sobre o ensino de língua espanhola nas séries de educação básica com prazo de implementação de cinco anos a partir da criação da lei.